quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Salazar e o Estado Novo

Quem era Salazar? Um monstro que mandava perseguir, torturar e matar comunistas ou opositores do seu regime? Ou o salvador da pátria que livrou os portugueses da segunda Guerra Mundial, que reorganizou o Estado e estabilizou a economia? As opiniões dividem-se consoante as crenças políticas de cada indivíduo, mas também, consoante a sua relação que tivera com o prof. António de Oliveira Salazar, ou seja, uma pessoa teria uma relação activa, na medida em que podia estar relacionado ao que se passava dentro de São Bento, mesmo não concordando com as suas decisões, ou apenas, uma relação passiva, no caso de muitos que não o conheciam pessoalmente, e apenas como político que repremia.
Não estou a dar a minha opinião do Estado Novo, não só porque hoje em dia, em Portugal, é perigoso falar-se de política, numa sociedade que está dividida em grupos distintos e que representam uma suposta democracia, mas também porque não cheguei a conhecer este regime que tanto me fascinou nos livros pelo o seu impacto na história do país. Contudo, tenho noção do mal que Salazar fez a democracia em Portugal, mas reconheço que este, foi o unico homem português capaz de enfrentar um povo sebastianista*, que vive de ilusões e, certamente, em qualquer altura da história de Portugal, sempre foram patriotas. Foi esse mesmo patriotismo que Salazar quis ascender, na perspectiva da criação de um Homem novo. O Homem novo, diferente do modelo nazi e fascista, seria, não só patriota, como preservava os valores do passado, dando protecção à familia e a valorização da nação portuguesa.
O povo português, que sempre fora conservador, esperava ansiosamente por resultados de melhor bem-estar na vida em sociedade, e na altura em que esses resultados apareceram, tiveram receio de lidar com eles, talvez por influências políticas externas, mas poderá ter sido também pelo o modo como foi imposto este novo regime, que se baseava muito na repressão e no nacionalismo. O nacionalismo costuma ser diferenciado do patriotismo devido à sua definição mais estreita. Assim, mais tarde, o 25 de Abril de 1974, foi a oportunidade dos comunistas ditarem um golpe de Estado, numa altura em que o presidente do conselho já tinha morrido e a P.I.D.E (Policia Internacional de Defesa do Estado) deixara de ter tanta soberania e autonomia no país como o tinha anteriormente. Vários reclusos da guerra colonial e opositores do regime salazarista foram libertados, das chamadas prisões políticas, e como se traduziu o regime, "a estabilidade económica" foi violada dando origem, progressivamente, ao défice orçamental actual.
Em conclusão, o que pode ter sido uma autoridade exarcebada e que desrespeitava a Declaração Universal dos Direitos Humanos, acabou na revolução militar de Abril com gestão desequilibrada da economia portuguesa. Ambas as posições tiveram os seus prós e contras, talvez uma mais do que a outra, mas que não foi estar a dizer, uma vez que referi no principio não dar a minha opinião.

* Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal na segunda metade do século XVI como conseqüência da morte do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.

5 comentários:

JSarmento disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Salazar foi ao mesmo tempo um bom e um mau homem. Mas temos k admitir k sem ele portugal estaria ainda menos desenvolvido do k ja ta

Anónimo disse...

menos desenvolvido do que já está é impossivel...

Miguel Abreu disse...

Antes de acusarmos Salazar das mortes dos oponentes ao regime, temos de contextualizar Portugal na Europa e no Mundo da altura. Se em Portugal morria um prisioneiro ocasionalmente, alguém que tentava prejudicar o regime e o excelente jogo de neutralidade de Salazar durante a Segunda Guerra, na Alemanha morria-se aos milhões por não se ser ariano, na Rússia por não interessar ao regime e até nos países 'civilizados' e democratas como a França, Inglaterra e EUA se morria aos milhares nas frentes de batalha. Cá, felizmente, vivia-se longe de uma guerra que estava perto e Salazar acabou por pagar por esta ignorância santa que ofereceu aos portugueses.

Anónimo disse...

O artigo sobre o Prof. marcelo Caetano, peca como é habitual, por inverdades, tais como:
afirmar-se que não havia liberdade -- frase ambígua, na medida em que o conceito de liberdade é subjectivo: duas pessoas num mesmo ambiente, terão sensações de liberdade totalmente diferentes! A liberdade que estava condicionada (comparativamente às "democracias"),era somente a de opinião política ... mas era o justo preço a pagar para termos as outras liberdades, nomeadamente a de sermos governado por gente honesta e competente, ao invés de vigaristas/pedófilos/abortistas etc...
E julgo, que ninguém terá dúvidas, de que daquela, brotam outras, como a liberdade de termos trabalho, de não sermos assaltados, violados, assassinados, dos nossos filhos poderem andar sozinhos na rua sem que algo lhes aconteça, de termos dignidade e sermos respeitados pelos outros, de não termos governantes que dobram a espinha (não têm cluna)frente a cleptocrats tipo Eduardos dos Santos ou H. Chavez, etc...
Quanto às "mortes provocadas" pelo Dr. Oliveira Salazar, considero que é uma afirmação infundada, particularmente se não compreendermos a essência do poder, seja de que tipo for. por essa ordem de idéias, iremos culpar De Gaulle pelas chacinas feitas pela Legião francesa nos povos árabes, Churchill e Roosvelt pela matanças/bombaedeamentos descontrolados feitos pelas tropas americanas, etc..., se falarmos da maior matança de que tem memória a Humanidade: ABORTO, então, não há democrata que tenha as mãos limpas, pelo menos por omissão!

Cumprimentos.

M. Lima