quarta-feira, 7 de março de 2007

"Evolução na continuidade", Marcelo Caetano

Quando Marcelo Caetano tomou posse da chefia do governo, afirmou que não podia ignorar o antigo regime (Estado Novo), muito pelo contrário, atribuíu a António de Oliveira Salazar, antigo presidente do Conselho, um título de génio. Assim, para assistir aos dois pólos políticos em Portugal, este resolveu, de certa forma, continuar a política do regime, mas com promessas de algumas reformas, essas que para os portugueses seriam o príncipio da liberdade. Contudo, esse sentimento de esperança do povo não se afirmou, na medida em que o novo primeiro-ministro foi obrigado a voltar à repressão, à censura e condenação de opositores nas famosas prisões políticas, uma vez que o povo começava a pressionar Marcelo Caetano através, por exemplo, do livro de Spínola que criticava violentamente o regime de então.
Assim, posso concluir que existiram duas fases de governo de Marcelo Caetano. A primeira, aqui já falada, manisfestou-se através da esperança de mudança (Primavera marcelista). A segunda fase foi consequência da primeira, que se baseou numa posição de retorno das antigas políticas para que a autoridade e o respeito estivessem acima de tudo. Marcelo Caetano pode ter sido um presságio da revolução de Abril.